Na postagem de hoje falarei sobre as formas mais comuns de superestimular as crianças:
- excesso de atividades propostas;
- excesso de brinquedos expostos;
- brinquedos com muitas funções e/ou botões;
- muito tempo de uso de eletrônicos (TV, smartphones, tablets,..).
As luzes das telas dos aparelhos eletrônicos (celular, tv, tablets, etc) já geram por si só excesso de estímulo no cérebro ainda em formação da criança. Além disso, as luzes vem acompanhadas de cores, formas, sons e conteúdo. Dá uma olhada na recomendação da American Academy Pediatrics (APP):
“Crianças e adolescentes devem interagir com entretenimento multimídia não mais do que uma ou duas horas por dia, e que deve ter conteúdo de alta qualidade. É importante que as crianças passem tempo com jogos ao ar livre, leitura, hobbies, e usando a sua imaginação em jogos livres.” APP
Temos aqui em casa uma bebê fissurada em tecnologia e tivemos que mudar um pouco a rotina da casa para restringir ao máximo o acesso dela às telas. Nunca fomos muito de televisão, mas algumas vezes no finalzinho da segunda gestação assistimos alguns episódios de Bita. O conteúdo é ótimo, mas me assustei como ela viciou imediatamente. Apesar da velocidade, esse vício foi fácil de reverter depois de dois dias de choro negando os pedidos de ligar televisão e computador. Já os celulares sempre em uso por nós pais, acredito que tenham formado nela uma referencia de objeto de desejo. Passamos um período escondendo-os quando ela se aproximava, mas isso não deu resultado porque obviamente ela nos pegava de surpresa muitas vezes. Atualmente enquanto ela está acordada procuramos deixar os celulares guardados numa estante quase como um telefone fixo. Para usá-los é preciso ir até a estante e devolver. Isso diminuiu bastante a ansiedade dela pelos aparelhos, mas nem sempre seguido tão a risca por nós e ainda tem sido difícil convencer (principalmente os avós) a não entregar.
Você conhece um brinquedo chamado bola maluca? É o tipo de brinquedo que se diz que brincam sozinhos porque a única participação da criança é apertar um botão e olhar. Aqui tentamos optar por brinquedos que proponham um desafio motor, ou solução de problema ou que dê amplo espaço para criação, imaginação. Aqui evitamos também brinquedos que proponham coisas demais no mesmo aparato como o andador que vira mesa, quebra-cabeça e toca música ou o velotrol que tem sirene e jogo de encaixe. Cada objeto ter apenas uma função ajuda no entendimento da criança e mantém o foco. Outra coisa que procuramos fazeré selecionar onde deixar cada tipo de brinquedo. No quarto somente os brinquedos mais tranquilos (por exemplo quebra-cabeça, livros e tal) e na sala os que sejam mais estimulantes ou demandem mais movimento como livros com sons, carrinhos etc.
Muitos brinquedos expostos superestimulam a criança de duas formas: muitas opções deixam a criança inquieta e desconcentrada e a bagunça os deixa irritados. Além disso, as crianças se acostumam e se desinteressam pelos brinquedos expostos o tempo todo. Uma boa solução para essas questões é fazer um rodízio de brinquedos. Retirar aqueles com os quais estão brincando pouco e reapresentar tempos depois. Evitar as grandes caixas que apenas escondem a bagunça e procurar organizar em prateleiras baixas e pequenos cestos (estes reúnem apenas brinquedos afins). Limitar o número de brinquedos disponíveis e ter um lugar para cada brinquedo tem um bônus: ajuda com a tarefa de ensinar a criança a guardar os brinquedos.
Sobre o excesso de atividades propostas tenho um mea-culpa a fazer. Não sei se acontece com toda mãe que fica em casa, mas me cobrava em manter Isa ocupada em atividades interessantes o tempo todo. Isso não estava sendo legal nem com ela nem comigo. Mais recentemente tenho me vigiado para refletir qual meu propósito com cada atividade antes de sair replicado tudo que acho bonito do Pintarest. Ao invés de propor algo novo todos os dias, tenho procurado manter as atividades antigas à disposição nas prateleiras e a cada dia incluí-la progressivamente nas atividades da casa.
Não se engane com o interesse da criança pelos materiais superestimulantes. Mesmo que eles gostem, pode ser prejudicial sim. Do mesmo jeito que é papel do adulto evitar o excesso de açúcar é também o de evitar o excesso de estímulo. As consequências do superestímulo podem realmente prejudicá-la tornando-a uma criança com déficit de atenção, ansiosa, irritada e agressiva.
Segundo Montessori não devemos estimular a criança, o mundo se encarrega disso. O que um adulto preparado deve fazer é observá-la para perceber qual seu interesse e então propor chaves (atividades, brinquedos, etc) que a ajudem a entender o mundo em que vivem.
Não vejo a hora do meu bdbe começar a sentar sozinho P eu preparar algumas atividades e cantinho montessorial P ele😊. Amo esse método, adorei a matéria 👍🏻😘
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Tenho um filho de três anos e ele está fissurado por números!
Tem uns vídeos no YouTube que mostra os números em alta velocidade de 0 a 10.000 acompanhado de músicas elétricas!
Estou ficando preocupada!
Isso pode ser prejudicial??
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Viviam, pela sua descrição do vídeo eu acho que ele não está agregando em nada a seu filho e ainda pode deixá-lo agitado e irritadiço. Sua observação é quem vai dar o veredito 🙂
Eu sugiro você tentar perceber o que ele gosta mais nos números e dar a ele material nesse sentido. Por exemplo, ele gosta do símbolo? Coloca aqueles imãs de geladeira de número na altura dele que possa manusear. Ele gosta da noção de quantidade? Trabalha com ele com abacus de madeira, tipo o desse link: http://www.abcbrinq.com.br/brinquedos/detalhes/2444/96/brinquedos-de-madeira/racioc%C3%ADnio-lógico-matemático/abacus-de-madeira
Espero ter ajudado 😉
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