“Motricidade livre, o que é?
É aprender a observar, a não intervir e a adaptar o meio ambiente e torna-lo.
(Primeiro quadro) – Sem o adulto não me sinto capaz.
É também permitir que a criança confie em suas habilidades e em seu próprio julgamento.
(Segundo quadro) – Eu me sinto capaz de fazer isso.”
Retomando os textos sobre a série de ilustrações da Bougribouillons sobre motricidade livre. As outras ilustrações você encontra nesses links ( Tira o bebê da cadeira, Tudo tem seu tempo e Fora das grades).
Existe algo simples que nos ajuda muito no nosso relacionamento com as crianças que é entrar no ritmo delas. Não se engane, coisas simples podem ser muito difíceis de colocar em prática. É difícil internalizar que a criança pode precisar de 3 longos minutos para calçar um sapato, 30 segundos para passar de uma cadeira para a outra quando está aprendendo a andar. Nosso impulso natural é “ajudar” e “facilitar” para a criança. Quando imprimimos a expectativa do ritmo do adulto na criança, tiramos dela não só o tempo de aprimorar essas habilidades físicas (de andar, de calçar, etc.), tiramos também o tempo de construção da auto-confiança.
A criança, …, vive com o tempo de uma maneira muito mais íntima. Para ela, o tempo não é feito de horas, minutos e dias. Mas de vida. O tempo se divide em música, brincadeira, comida, escola, colo, cama. Os cortes do tempo se dão pelo chamado, pelo carinho, pelo grito, pela interrupção feita pelo adulto. E a lógica do tempo é a da repetição, da rotina e do ritual. – Gabriel Salomão do Lar Montessori
Quando a gente se propõe a esperar esse tempo, rapidamente enxergamos a beleza de cada primeiro aprendizado feito pela criança sem seu auxílio. Nesse momento, aqui em casa estou curtindo ver o Pituco aprendendo a puxar o elástico da sandália por trás do calcanhar e fechar todos os zíperes do mundo. Há beleza nos movimentos e também na satisfação após cada pequena vitória.
“Ajude-me a fazer sozinho” é uma das frases mais emblemáticas de Montessori, que praticamente resumem seu método. Numa frase tão curta ela comunica a importância de respeitar a escolha da criança, o tempo de criança, da preparação do ambiente (que será o que permitirá que a criança possa ter autonomia) e de confiar que a criança é capaz de aprender sozinha. Ajude sua criança a fazer sozinha.
Adorei, Marina!
Essas reflexões sempre são importantes, porque nos fazem parar e dar importância ao que realmente é relevante! O ritmo da criança se dá pela necessidade individual de cada ser humano, e não pelo relógio! E isso é fantástico, pois qnd permitimos que a vida transcorra dessa forma, percebemos que a individualidade é algo que existe desde sempre!
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Concordo Melina. Assumo que as vezes me pego com essa pressa característica do adulto, é uma tomada de consciência constante. Que bom ter você por aqui 🙂
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Texto maravilhoso! Bom olhar cada conquista do meu bebê como uma conquista realmente dele e nao algo que eu o “ajudei” a fazer!
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