Todos os 12 livros que recomendo aqui leio com meus filhos desde que eles tinham 3 meses até hoje (a mais velha tem 2,5 anos). Todos atendem aos meus critérios básicos de livro para bebê:
Possuem páginas grossas para resistir ao manuseio do bebê e para facilitar que eles passem as páginas sozinhos;
Não tem elementos fantasiosos (fadas, animais falantes, casa de doce, …). A razão está aqui;
São bonitos, o que convida à leitura;
Possuem temas variados para servir de pretexto em nossas conversas.
Começarei colocando abaixo a lista completa com título, editora e preço. Na sequência falo o que acho de cada um:Leia mais »
Continuando nossa série com as lindas ilustrações de Bougribouillons. As anteriores você acha aqui e aqui.
Claro que o ideal é transformar toda a casa em um lugar seguro para a criança circular livremente, afinal a casa é dela também. Mas eu sei que isso não é só difícil, é quase impossível. Aqui em casa há 3 ambientes que as crianças ainda não podem circular livremente: a área de serviço (mesmo estando os produtos de limpeza em caixas), a dispensa (ainda é muito tentador ver tantos grão e potes e não mexer sem estragar) e embaixo da mesa do computador (por conta de um fio longo que ainda não resolvemos).Leia mais »
A internet está repleta de atividades montessorianas para fazermos com nossos filhos, mas você sabia que Maria Montessori deixou orientações de como devemos apresentar essas atividades para a criança? Pode lhe parecer estranho, mas para mim, mais importante do que fazer muitas atividades é a preparação do adulto que acompanha essa atividade. Fiz um vídeo 3:30 em que demonstro a atividade do cofre (numa variação mais fácil) para Vicente (13 meses) e pontuei 10 passos que o adulto deve seguir na demonstração de qualquer atividade Montessori. No texto a seguir explico um pouco mais cada um deles.
1 – Prepare a atividade antes
Esse é um passo prévio, mas muito importante. Caso você note que falta algum material no momento da apresentação, a sua saída para buscar isso desconcentra a criança. De preferência ensaie a apresentação. Eu sempre me arrependo quando não ensaio, porque é o momento em que avalio qual a melhor forma de apresentar a atividade, qual o movimento da mão mais adequado, qual o angulo mais adequado e se realmente o material está totalmente compatível. Mas mesmo com ensaio, é claro que na hora da atividade em si você sempre notará melhorias que podem ser feitas
2 – Convide a criança
Por mais simples que pareça, há muita diferença entre ser convidado a trabalhar e ser instruído a fazê-lo. Diga a criança que tem algo para mostrá-la e peça que venha com você.
3 – Sente-se do lado dominante da criança
Sente-se no lado dominante da criança, do lado que ela tem mais habilidade, que escreve ou escreverá. Desta forma, a criança pode assistir e copiar seus movimentos exatos. Isso pode significar que você precisa aprender a apresentar atividades com sua mão não-dominante! Você deve ter notado no vídeo eu me equivoquei. Como sou canhota tenho que prestar o dobro de atenção porque minha tendência é sempre ir para o lado esquerdo, mas minhas duas crianças são destras.
4 – Demonstre, não explique
Use o menor número possível de palavras durante as apresentações. O foco da criança deve estar nos materiais e na apresentação, não em suas palavras.
5 – Demonstre da esquerda para direita, de cima para baixo
Todas as apresentações se movem nessa direção como uma preparação indireta para a leitura e escrita ocidental.
6 – Não corrija, observe
A criança não realizará a atividade com 100% de precisão na primeira vez. Ela irá executar da forma que entendeu que era para fazer e da forma como é capaz de fazer. Não corrija, interrompendo assim o fluxo da atividade, o erro não é importante. Da próxima vez que for apresentar a atividade novamente demonstre como se fosse a primeira vez, sem elevar o tom de voz onde ela errou.
7 – Faça movimentos lentos e conscientes
Pode parecer lhe parecer muito simples, mas para a criança é tudo novo. Retarde para que ele possa ver sua exatidão. Seus movimentos também devem ser lentos e conscientes durante a execução da atividade pela criança para não lhe tirar o foco.
8 – Mantenha o contato visual
Mantenha contato com os olhos ao convidar ou falar com a criança. Isto respeitosamente diz à criança que ele tem a sua atenção. Em troca, os olhos da criança dizem que a criança está pronta para aprender.
9 – Deixe repetir quantas vezes quiser
Não existe um tempo delimitado nem um número de vezes determinado a fazer. Respeite o tempo da criança naquela atividade, isso vai depender da complexidade e do seu interesse. Incentive-os a usar os materiais repetidamente para aumentar seu domínio, mas também não insista.
10 – Ao sinal de desinteresse, finalize
Se a criança não está interessada ou está cometendo erros, ponha a atividade fora. Haverá outra oportunidade para apresentá-la mais tarde. Pare antes de você e a criança ficarem frustrados.
Fontes
Material produzido por Soraia Andreia Silva, da moderação do grupo Montessori para Famílias e North American Montessori Center. Espero que seja de utilidade para mães que estão iniciando no método e podem ter algumas dúvidas.
Esclarecimentos
A – Cada atividade é uma oportunidade de apresentar novo vocabulário. Quando isso ocorrer, use a Lição em 3 Tempos. Ela foi suprimida desse material porque merece um vídeo exclusivo para ser devidamente exposto.
Deixo aqui a explicação do Lar Montessori da Lição em 3 Tempos:
Incialmente se mostra os dois objetos e se nomeia a ambos: “Isto é uma colher, isto é um garfo”. Em seguida, pede-se que o aluno aponte, pegue ou mova “a colher”, ou “o garfo”. Depois de algumas variações desta segunda parte, pergunta-se ao aluno “Qual é este?” e “Qual é este?”, apontando-se uma vez a cada objeto. Assim, na primeira etapa nomeia-se algo, transmite-se uma informação. Na segunda, associa-se o nome ao objeto de fato, por meio do movimento, principalmente. No terceiro tempo, testa-se o aprendizado da criança, para que saibamos se a lição foi cumprida. Usa-se poucas palavras, para não confundir a criança, e para que ela possa, a partir deste momento, exercitar-se livremente, sem precisar ficar presa ao adulto por muito tempo. – Lar Montessori
B – Existem pequenas variações ao apresentar atividades para crianças maiores. Depois de uma determinada idade as atividades incluem breves e claras explicações de como proceder.
C – Agora que você já sabe como apresentar qualquer atividade, concentre-se em escolher uma. Não se preocupe com a quantidade de atividades, mais importante é que esteja de acordo com a etapa de desenvolvimento do seu filho. Para isso, leia sobre Períodos Sensíveis. Sugestões:
Por volta do sétimo mês o bebê já experimentou diferentes texturas e formas e já está bem experiente com as diferentes capacidades das suas mãos. Já domina agarrar e soltar objetos de acordo com sua vontade, entendendo que sua capacidade é mais que colher informações, mas também modificar seu ambiente. É chegada a hora de passar para a descoberta de objetos do cotidiano ao seu redor.Leia mais »
Hoje resolvi começar com esse vídeo do canal Story of This Life que viralizou há cerca de um ano. Seu título traduzido ficaria: “Porque mães não conseguem terminar nada”. Ele é divertido, mas a mensagem que passa é diferente da de Montessori.
Vou confessar pra vocês: esse vídeo foi um dos motivos pelos quais decidi começar meu blog. Eu queria poder mostrar para as mães outra perspectiva, de usar essa inquietação da criança a seu favor, ou melhor, a favor dela.Leia mais »
Já tem muito tempo desde a última postagem! Não queria que tivesse demorado tanto, mas não tem sido fácil escrever com uma bebê de 17 meses e um de 1 mês em casa. Começaram as cólicas de Vicente e aqui quando chora um, choram dois! Já viu, né? Além disso, resolvi mudar o blog de plataforma para uma muito melhor (espero!), mas isso me tomou algum tempo de ajuste. Enfim, vamos a postagem que é o que importa.
Peço licença hoje para sair do terreno das orientações e dicas para divagar um pouquinho. Em meio as postagem sobre as atividades, acho importante fazer algumas dedicadas aos conceitos que lhe dão base. Para ressaltar a importância dos cuidadores na vivência desses conceitos, o professor Holmes escreveu no prefácio de um dos livros de Montessori:
”Em primeiro lugar, os pais não deveriam esperar que a mera presença do material no quarto será suficiente para operar um milagre educacional”.
Dois desses conceitos estão resumidos na frase do título “siga a criança”, liberdade e observação.